Por Joaquim_meira | Sex, 2016-08-19 17:25

Através da candidatura à Fundação Calouste Gulbenkian, é possível levar a cabo, no próximo ano letivo 2016/2017, o projeto sobre a avaliação da linguagem oral nas crianças que frequentam a educação pré-escolar, no concelho de Monção.

A Fundação Calouste Gulbenkian aprovou recentemente o financiamento, no valor global de 4.817,40 €, sob o tema "Linguagem Oral - Avaliar e Intervir Precocemente", na sequência de uma parceria ente o Município de Monção (entidade promotora), o Agrupamento de Escolas de Monção e a Associação de Paralisia Cerebral de Viana do Castelo (entidades parceiras do projeto).
Este projeto tem como objetivos gerais a avaliação de todas as crianças de Monção, com 4 anos, nos diversos domínios da linguagem, a deteção de atrasos graves de desenvolvimento e a planificação de intervenções educativas e especializadas.
Nesse sentido, estão previstas ações de formação para professores, educadores e outros profissionais ligados à educação, bem como a aquisição de equipamentos para melhoria da qualidade do atendimento e da aprendizagem das crianças com maiores dificuldades.
Em linhas gerais, pretende-se detetar e intervir precocemente para promover a reabilitação e integração escolar e social das crianças, para que na abordagem às competências essenciais da leitura e da escrita, na entrada do 1.º ciclo do ensino básico, possuam os pré-requisitos fundamentais desta aprendizagem, evitando-se a consolidação de dificuldades e o insucesso escolar.

É de salientar que no ano letivo de 2015/2016 este modelo de avaliação já tinha sido implementado para todas as crianças com 5 anos, no Agrupamento de Escolas de Monção, por iniciativa do Departamento da Educação Especial e com a colaboração do Departamento da Educação Pré-Escolar.

A aprendizagem da leitura e da escrita é um processo complexo, com início antes da escolaridade formal, no qual intervêm a dimensão social e cultural da língua, uma componente linguística e a relação pedagógica.

Diversos estudos sobre a literacia emergente têm demonstrado uma forte correlação entre práticas de literacia, o desenvolvimento de um conjunto de competências de literacia emergente evidenciadas nos anos pré-escolares e o posterior sucesso na aprendizagem formal da leitura e escrita.

A avaliação das competências da linguagem oral permitirá detetar precocemente crianças com graves riscos de atraso de desenvolvimento e suscitar novas avaliações pluridisciplinares e formas de intervenção especializadas, nas situações mais extremas.